O que está acontecendo na UFLA? Após a denúncia que o blog publicou (veja no link: https://blogdoandreluisfontes.blogspot.com/2025/08/lavras-uma-professora-da-ufla-com.html ), nos chegou mais uma, desta vez sobre um professor, em cargo comissionado de direção na Universidade Federal de Lavras que, segundo o relato a nós encaminhado, passaria boa parte do tempo viajando e criando conteúdos para uma página no Instagram que tem mais de 500 mil seguidores. Porém, como servidor público federal, professor do Magistério Superior, com regime de trabalho de 40 horas e dedicação exclusiva, e ainda com cargo comissionado CD3, ele deveria se atentar aos deveres e responsabilidades do cargo citadas na Lei 8.112. Pelo artigo Art. 116- Capítulo I, o servidor deve: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; já o Art. 117 - Capítulo II, traz que é proibido ao servidor: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comandatário; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; a Lei 12.772, de 28 de dezembro de 2012, também traz em seu Capítulo V, § 2, que o regime de 40 (quarenta) horas com dedicação exclusiva implica o impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada, com as exceções previstas nesta Lei. Todos os pontos listados acima estariam sendo descumpridos. O servidor estaria se afastando constantemente do ambiente de trabalho para realizar suas viagens em períodos de aula na UFLA. Pelo perfil é possível observar que ele teria realizado diversas viagens neste ano de 2025, inclusive para o Exterior. Entre janeiro e agosto, ele teria ido a Nova York, Montevideo, Curaçao, Campos do Jordão, Egito, Irlanda, Londres, Porto de Galinhas, Lavras Novas, Fernando de Noronha, Belo Horizonte, João Pessoa, e atualmente, Islândia. Pelo calendário letivo do campus sede da UFLA é possível notar que a maioria das viagens realizadas pelo professor teriam sido em períodos de aula na universidade. E, ainda conforme a denúncia, alunos do curso de Educação Física teriam comentado que o professor estaria colocando uma aluna da pós-graduação para dar as aulas e raramente apareceria em sala.(OBS: Diretor de Faculdade não tem direito a professor substituto, além disso, a baixa carga horária de aula do servidor não justificaria a contratação de um). É importante destacar também que o servidor público federal pode dividir suas férias em 3 parcelas no ano. Mas com tantas viagens que teriam sido realizadas até o presente momento (13 viagens), estas superariam o que é permitido por lei e mostrariam que seria impossível o professor se dedicar ao cargo público ocupado. Ainda segundo o "dossiê" que nos foi enviado, a denúncia seria enviada à UFLA, ao Ministério Público Federal e ao MEC, para as devidas apurações e providências pertinentes ao fato.