BLOG DO ANDRÉ LUIS FONTES

O prefeito Marcos Cherem, seu vice Aristides Silva Filho, o jornalista Silva Júnior e o dono da Tribuna de Lavras, José Eduardo Gomide, recorreram hoje , no processo 93389 no Tribunal Superior Eleitoral, contra a perda de seus direitos políticos por 8 anos. A sentença foi decidida pela ministra Luciana Lóssio em 5 de setembro. Este  difere do recurso especial eleitoral, o 167, do qual Marcos Cherem já havia afirmado, à própria Tribuna de Lavras, que não recorreria da cassação, fora do cargo, ao Supremo Tribunal Federal.

Tendo em vista a "rescisão de contratos importantes como os de coleta de lixo, fornecimento de medicamentos e de balão de oxigênio", conforme publicações no Diário Oficial do Município de Lavras, Silas Costa Pereira peticionou ao Tribunal Superior Eleitoral, pedido de urgência na execução do acórdão do recurso eleitoral 167, que cassou os mandatos eletivos de Marcos Cherem e Aristides Silva Filho. O presidente do tribunal, Dias Toffoli, já que a publicação poderá levar algum tempo, em razão dos debates e votos proferidos naquele julgamento, encaminhou o pedido de urgência para decisão do ministro relator designado para o acórdão, Henrique Neves. A decisão pode sair a qualquer momento. O despacho de Dias Toffoli foi publicado no Diário da Justiça Eletrônico, com data desta sexta-feira 12 de setembro, páginas 37 e 38.

CRISE A queda constante no repasse para a prefeitura de Lavras do Fundo de Participação dos Municípios, com base na arrecadação do ICMS, principal fonte de renda de muitas cidades, indica uma economia sem crescimento, resultando em recessão e desemprego. Sem atrair indústrias, ao contrário de outras cidades menores, como Extrema, por exemplo, Lavras amarga também uma preocupante estagnação social. As maiores empresas do município demitiram centenas de pessoas nos últimos meses, supostamente acompanhando a crise nacional. Com exceção da UFLA, que constantemente vem investindo em seu crescimento a parte, Lavras  assiste o aumento do lado negativo da crise, com crimes, assaltos e roubos, além de ver o tráfico e o consumo de drogas importarem práticas "cariocas". O que fazer? Parece não haver solução a curto prazo.

DESESPERADOS Enquanto Silas Costa Pereira finaliza tranquilamente os nomes de sua equipe, e aguarda a publicação formal do resultado do processo de cassação de Marcos Cherem pelo Diário da Justiça, para as próximas horas, pessoas que faziam parte do governo que sai teriam espalhado boatos absurdos sobre uma suposta liminar que manteria o prefeito no cargo mais algum tempo. Embora impossível de acreditar para alguém minimamente informado, a "notícia" conseguiu dar um certo alento naqueles dispensados, que já sonhavam em reaver seus polpudos vencimentos. A ilusão durou pouco. Na tarde desta quinta-feira 11, Silas terá um encontro com o deputado federal Marcus Pestana, o segundo melhor deputado da Câmara Federal, segundo a revista VEJA.

Uma suposta "birra" política entre Cherem X CAP vinha atrasando a entrega do Residencial Fonte Verde aos cadastrados no programa "Minha Casa Minha Vida", que agora esperam uma agilidade maior na entrega das casas, prontas há vários meses. Alegadas irregularidades  apontadas pela prefeitura em algumas moradias estariam impedindo a liberação e o sorteio. Agora, com as boas relações entre Silas e Carlos Alberto Pereira, dono da construtora responsável pela obra, espera-se que tudo se resolva e que o Residencial seja finalmente entregue.

JUNTOS NA QUEDA Principais vereadores da agora finada tropa de choque de Marcos Cherem, e muitas vezes intransigentes na defesa dos interesses nem sempre democráticos da administração que sai, os vereadores Marcos Possato, João Paulo Felizardo e Sô Zé deverão ser "isolados" na oposição ao novo prefeito Silas Costa Pereira, e não terão vida fácil como antes. A atuação dos três na Câmara Municipal deixou mágoas e um certo rancor, até entre os próprios colegas. Possato, que anulou a então posse de Silas determinada pela Justiça Eleitoral, deve ser o mais atingido. Sô Zé, que parece ter achado que o poder é eterno, deve estar arrependido de certas palavras ditas aos colegas. João Paulo Felizardo, agora ex-líder de Marcos Cherem, muitas vezes chegou a ser inconveniente e deseducado ao defender projetos empurrados goela abaixo da Câmara. Vai ter agora o resto de seu mandato para refletir sobre sua própria péssima atuação.