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EM MEIO AO "ABRE, NÃO ABRE" DO COMÉRCIO EM LAVRAS E VARGINHA, O DRAMA SILENCIOSO DE QUEM JÁ PERDEU O EMPREGO

Em Lavras e Varginha, um silencioso e crescente desemprego

ANDRÉ LUIS FONTES
Lavras e Varginha

Um dentista de Lavras dispensou na semana passada três funcionárias. Numa construção no centro da cidade, mais 5 perderam o emprego. Numa concessionária de veículos novos, 3 vendedores já foram mandados para a rua. Um restaurante em Varginha dispensou 8 numa tacada só. Em uma loja na Avenida Princesa do Sul, mais 3 infelizes vendedoras amargaram a dispensa do serviço. A cada dia chegam ao blog os relatos de dezenas de pessoas sendo desempregadas. Na discussão entre os que são contra ou a favor da reabertura do comércio nas duas cidades, por conta da pandemia do coronavírus, esse exército de infelizes que se avoluma silenciosamente conforme avançam os dias de quarentena tem levado a pior. Em Lavras os números do desemprego, bem antes da pandemia, já eram monstruosos. Em Varginha, bem menos, mas também preocupante. Como as economias dessas duas cidades, entre as cinco maiores do Sul de Minas, irão se recuperar num pós-pandemia? O Varginhense Antonio Silva até chegou a permitir a reabertura do comércio, mas, pressionado pelo Ministério Público, recuou. Em Lavras, o desgastado prefeito José Cherem, agora também como um "secretário da Saúde", tomou gosto pelas "lives" em seu Facebook pessoal. Mas nenhum tipo de aceno ao comércio, com vários já numa "pré falência", tem sido feito. Nenhuma proposta de isentar impostos ou de minorar os prejuízos tem sido pensada ou feita até o momento. Nos bairros alguns comércios estariam abrindo mesmo com o decreto municipal. Em meio a tudo, essas pessoas que, sem culpa, já perderam seus empregos, o medo do amanhã e a geladeira de casa começando a esvaziar.