Pular para o conteúdo principal

SANTA CATARINA, UM OÁSIS EUROPEU DENTRO DO BRASIL; ESTADO ATRAI CADA VEZ MAIS LAVRENSES

Por ANDRÉ LUIS FONTES
Com Larissa Zimmer, em Blumenau

Em meio ao desalento causado pelo desgoverno atual em Lavras, que paralisou o desenvolvimento da cidade, um número considerável de lavrenses voltou a fazer um movimento característico de sair da cidade em busca de emprego e melhores condições de vida. Só que o alvo mudou. Antes iam quase sempre para São Paulo. Agora, miram o desenvolvido Sul do Brasil, mais precisamente o menor e mais rico dos Estados da região, Santa Catarina. Um verdadeiro oásis de prosperidade e segurança, com sotaque europeu, em meio ao caos brasileiro. Em Blumenau, a maior cidade do chamado Vale Europeu, Larissa Zimmer, da equipe do blog, conseguiu encontrar nada menos que 15 lavrenses. Todos empregados, com residência estabelecida e nenhuma vontade de voltar a Lavras, exceto para rever familiares. Um deles, Fábio Gualberto, vai mais longe, e prevê buscar em breve a esposa e o filho de 6 anos deixados em solo lavrense. Em Balneário Camboriú, onde estão os prédios mais altos do Brasil, e cuja pujança impressiona os visitantes, outro tanto de cidadãos que fugiram da crise em Lavras, também se deram bem. Não há como se estimar, mas pelo relato dos lavrenses encontrados pelo blog, a quantidade aqui também é grande. E há muitos mineiros, de outras cidades. O governo de Santa Catarina se mostra preocupado com esse movimento migratório em direção ao Estado, mas acredita que o desenvolvimento acelerado da economia conseguirá absorver toda essa mão de obra extra. Uma cidadezinha próxima a Blumenau, Pomerode, tem cerca de 80% da sua população de origem alemã, e é comum ouvir moradores, incluindo crianças, falando fluentemente o idioma dos pais e avós nas ruas. Os índices de criminalidade do Estado são baixos, a polícia é eficiente, as universidades estão entre as melhores do Brasil, e até a BMW construiu ali sua primeira fábrica na América do Sul. Com um litoral pequeno mas recheado de praias belíssimas, o Estado atrai muitos argentinos, uruguaios e paraguaios nos fins de semana. Só a capital, Florianópolis, na ilha de Santa Catarina, tem mais de 100 praias. Como se vê, os lavrenses que vieram estão bem servidos, e provavelmente ainda virão mais. Sem perspectivas de melhoras no curto prazo, Lavras deve passar os próximos dois anos assistindo a partida de mais filhos. E sem passagem de volta.