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CHEREM: UM PREFEITO ACIMA DA LEI?

Por ANDRÉ LUIS FONTES

O prefeito José Cherem, segundo opinião de amigos, não gostava de política.Talvez pressionado pelos irmãos deputado Fábio e prefeito cassado Marcos a manter o nome da família, se lançou candidato à prefeitura de Lavras. Beneficiado por condições desfavoráveis enfrentadas por Silas Costa Pereira, que assumiu um município quebrado e com várias "armadilhas" que teriam sido deixadas por Marcos Cherem antes da cassação iminente, ganhou de lavada a eleição. Passados quase 2 anos, parece ter tomado gosto pela política. Ao assumir, não pagou os funcionários contratados pela administração anterior, como se a prefeitura fosse uma empresa de sua família e não um órgão público. Situação que se prolonga até hoje, com ações na Justiça contra o município. Também "pulou" o pagamento de dezembro de 2016 dos servidores efetivos e pagou, com apenas 21 dias de serviço o salário de janeiro do funcionalismo, beneficiando a si e aos muitos comissionados e contratados colocados por ele porta adentro do Paço Municipal. Aparentemente por falta de uma oposição mais  experiente, teria escapado de um processo que, segundo advogados consultados na época, configuraria improbidade administrativa. Depois, surgiram notícias sobre a suposta presença, como comissionada, de uma pessoa que teria sido condenada, o que é proibido por um decreto assinado pelo então prefeito Silas. Como a oposição parece também ter dormido no ponto, essa informação não foi investigada, o que levaria, em tese, a novo processo de improbidade. Mais recentemente, o prefeito conseguiu assumir, e sair em seguida de licença, sem sequer cumprir legalmente o estágio probatório exigido de todos os servidores públicos, um cargo de médico na Universidade Federal de Lavras. Se ficasse cumprindo o estágio, teria de sair da prefeitura. Ajudado por um suposto parecer da Pró Reitoria de Administração da UFLA, teria sido "dispensado" de cumprir o estágio, o que levou a uma denúncia ao Ministério Público Federal em Lavras, que estaria ainda analisando o caso. Por fim, concedeu com meses de atraso da data base dos servidores públicos municipais (janeiro), um reajuste de apenas 1,87% abaixo da inflação de 2017 de 2,95%. Não se sabe o que aconteceu e servidores com salário mínimo receberam apenas 61 centavos nos salários. E o retroativo dos meses de atraso, que deveria ter sido pago junto com o reajuste dos salários, não foi até agora. Professores da rede municipal de ensino, que recebem através do Fundeb, também foram atingidos pelo desgoverno, e recebem seus proventos em três parcelas. Apesar da enxurrada de ações contra a prefeitura na Justiça, o que obrigou o município a abrir processo seletivo para contratar mais quatro advogados, com salários vergonhosos,  para trabalhar na Procuradoria Geral, Cherem age como se tudo estivesse normal, acima da realidade, e não é incomodado. Até quando?